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folk celta

2010/07/10

Santos da casa...

Publicada por Pai Martins

Reservo-me hoje ao direito à indignação relativamente ao nosso concerto de ontem à noite na praça do peixe...
por 2 motivos, a saber:

1.º - numa cidade que, apesar de em ascenção cultural, embora lenta, carece de eventos que motivem as pessoas a sair de casa e a gastar dinheiro em bilhetes para pagar a artistas, ter uma noite com 4 eventos distintos num raio de 500m é um exagero, e é única e exclusivamente fruto de uma má articulação entre organizações e falta de uma supervisão cultural. A nós tocou-nos a praça do peixe, numa organização i-sensia, mas à nossa volta havia mais 3 concertos no rossio, no TA e no MN. Um aspecto a rever certamente.

2.º - por falar em motivação para as pessoas, as condições apresentadas aos músicos, e das quais advém a qualidade dos espectáculos, são fundamentais para motivar os que saem de casa. Ou então corremos o risco de espantar os poucos que se preocupam em ver e ouvir o que se passa na nossa cidade. E neste aspecto a i-sensia (http://www.i-sensia.com/) merece-me aqui alguns reparos no que diz respeito às condições logísticas que nos apresentou ontem.

Faço-o aqui publicamente depois de o ter feito ainda antes do concerto, ontem, a quem de direito.

Sem querer entrar em grandes pormenores técnicos, que não servem aos leigos nesta matéria, ontem não tinhamos as condições mínimas necessárias para tocar, nomeadamente:
- número insuficiente de microfones e tripés;
- número insuficiente de canais da mesa;
- umas colunas de som em péssimo estado e sem potência sonora(de salientar que antes do intervalo uma delas deixou mesmo de funcionar);
- monição insuficiente e sem qualidade;
- falta de iluminação no palco;
- etc, etc, etc...

Sem querer tirar o mérito da inicitaiva da i-sensia, que se encontra a dinamizar as 5.ªs e 6.ªs feiras da praça, e apesar de o ditado ser antigo (Santos da casa não fazem milagres), e partindo, ainda, do princípio que aquele é o material para todos os dias e todas as bandas, acho que os músicos, sejam eles de aveiro ou de outro qualquer ponto do país ou estrangeiro, seja a iniciativa um grande evento ou um mais pequeno, como foi o caso, merecem ser tratados com maior dignidade.

No caso das pequenas bandas como a nossa, não são os reduzidos cachet's que nos movem mas sim o gosto de tocar mais e mais, e poder fazê-lo fora das salas de ensaio, ao vivo, para as pessoas que nos querem ouvir. E com condições como a de ontem sentimos defraudadas as nossas expectativas e intentos.

E pior que isso, corremos o risco de afugentar quem abnegadamente se predispõe a ouvir-nos perdendo assim o tão desejado e, por natureza, quase sempre escasso público.

E neste aspecto perdem eles e nós!

Fica o reparo à espera de melhores dias.

1 comentários:

João Paulo Santos disse...

Pedro,

Concordo inteiramente contigo e fizeste bem em demonstrar o que todos sentimos, faço apenas uma ressalva ao trabalho do Bruno (o técnico de som) que bem tentou melhorar mas também ele foi vitima do mau som existente.

No final do concerto ainda teve o cuidado de me pedir desculpa mesmo sabendo e sendo ele isento de qualquer culpa.

Já não me lembrava, em tantos anos, de umas condições sonoras tão fraquinhas.

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